terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

A maternidade e o medo constante...

Desisti do meu post gigantesco e nunca terminado para esse blog e resolvi postar pouco a pouco os mistérios e descobertas que enfrentei com a maternidade. Até porque se eu publicar tudo num único post, corro o risco de esgotar o assunto deste blog...

Entre tantos assuntos interessantes, acabei escolhendo o medo como o primeiro post monotemático deste espaço. Isso porque foi esse sentimento que sempre surgiu em minhas respostas e explicações logo depois que o Matheus nasceu, quando me perguntavam se eu havia mudado com a maternidade ou o que eu estava achando dessa experiência.

Infelizmente, por melhor que seja a experiência de ter filhos, o medo acaba permeando tudo desde o momento da concepção, para aqueles que planejam ter filhos, ou desde o momento em que a pessoa se descobre grávida.

Dali pra frente, por mais desencanada que sejamos, bate aquele medinho ou a suave e famosa insegurança, de que alguma coisa dê errado durante a gravidez, que o bebê não se desenvolva adequadamente (e aí, sempre vamos achar que a culpa foi nossa, que não nos cuidamos direito, etc...). A cada exame, principalmente naqueles morfológicos, descobrimos que mil e uma novas coisas podem dar errado no desenvolvimento do bebê, coisas que sequer poderíamos imaginar que fossem possíveis. E daí pra frente, o medo só aumenta...

Nem preciso falar sobre o medo do parto. Se normal, cesárea ou natural/humanizado, acho difícil não ter medo de alguma coisa também dar errado. E o medo de ser mãe, de dar conta e conseguir equilibrar tudo também dispensa maiores comentários por enquanto.

Depois que o bebê nasce, os medos são ainda maiores. Sim, temos medo de machucá-lo ao trocar a roupa, medo do leite não ser suficiente para alimentá-lo, medo dele ter fome, medo de dormir pouco, de dormir demais, de não ouvirmos quando acordar à noite, de engasgar, de esquecer ele no carro, de ficar sozinha com ele, enfim, absolutamente tudo é motivo de diferentes estágios do medo, atingindo até os extremos pânico ou “paúra”.

O cansaço nos faz ter ainda mais medo ainda... Pessoalmente, bem no começo, naquelas noites difíceis, batia um cansaço tão extremo durante o dia que o que eu mais temia era trocar ele no trocador, virar pra jogar a fralda fora, a roupa pra lavar, e esquecer o bebê ali, em cima da cômoda, podendo cair de uma grande altura. Olhando de fora, isso pode parecer exagero, mas quantas histórias de crianças que caíram do berço ou da cama não ouvimos por aí? Agora mesmo, que ele não cabe mais no trocador, quando comecei a trocá-lo no berço, com a grade abaixada, voltei a ter medo (mesmo sem o cansaço extremo, mas sem dúvida cansada) de virar as costas e esquecê-lo no berço sem grade. Já voltei correndo pra confirmar se tinha levantado ou não a famigerada...

Mas de todos os medos pequenos, médios e grandes, corriqueiros ou eventuais, o que mais me chamou a atenção, desde o comecinho (sem exagero, desde que quando saímos da maternidade...), foi a insegurança relacionada à violência, de sofrer um assalto com ele junto ou sem ele por perto e qualquer outro crime violento que minha mente distorcida (e um pouco perturbada) poderia imaginar.
Foi isso que respondi quando me perguntaram se algo havia mudado com a maternidade. Disse que fiquei muito mais cagona. Com essas palavras. Que me bate um medo absurdo dessa sociedade enlouquecida em que vivemos.

Matheus não devia ter nem um mês quando meu marido foi buscar a mãe dele no aeroporto de Guarulhos de madrugada, levar para Embu e voltar pra casa. Acho que nunca tive tanto medo como naquela noite. Por mim, ele dormiria em Embu e iria trabalhar no outro dia de lá, pra correr menos risco, mas o bicho é teimoso e quis voltar pra casa. Eu só pensava em tudo de ruim que podia acontecer – e rezava para que não acontecesse – acidente, assalto, sequestro, enfim, uma lista interminável.

Graças a Deus, nada aconteceu e ele chegou são e salvo em casa por volta das 02 da manhã. Nesse dia, eu percebi que o medo não podia dominar meus pensamentos, mas que ele estaria sempre mais amplificado aqui comigo: medo pelo que pode acontecer comigo, com meu marido e com meu filho.

Com isso, fico triste de viver num país tão inseguro. Claro que coisas ruins acontecem em qualquer lugar do mundo, mas a sensação de insegurança que temos no Brasil (e praticamente em qualquer lugar do território nacional...) faz com que isso seja ainda pior. E ter um filho a aumenta mais ainda!

Eu me perguntava quantas vezes meu marido fez o caminho Embu-SP enquanto namorávamos (e ainda antes!) e que eu não entrei em pânico. Sim, eu o fazia me ligar quando chegasse em casa e o fazia dormir por lá pra não voltar muito de madrugada, mas o sentimento nem se compara com a preocupação de acontecer alguma coisa ruim com o “pai do seu filho”.

Com o bebê, o medo também é intenso. Quando saímos, tento não descuidar sequer um segundo. É tanta história de criança desaparecida, tanta gente louca que rouba criança e tanto maluco pedófilo, que é praticamente impossível estar tranquila e confiar nas pessoas.

Claro que isso (ainda) não me faz neurótica (e espero que não faça...). Não evito que meu filho tenha contato com as pessoas, nem que elas brinquem ou toquem nele. Sempre brinco com ele para que ele dê um sorriso e seja “simpático” com as pessoas. Acho importante que ele cresça confiando (com parcimônia, claro!) nas pessoas. Precisa tomar cuidado, saber que há riscos, mas isso não pode transformá-lo numa criança antissocial e nem me transformar numa pessoa paranoica, com pânico de contato social.


Mas esse é um exercício que tenho que fazer constantemente... Imagina, então, quando meu filhote for adolescente e sair por ai tarde da noite?! Melhor nem pensar nisso ainda. Vamos deixar cada sofrimento para o seu momento... ;o)

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Mil e uma coisas...

Estou tentando concluir um texto para postar aqui há meses, sobre minha experiência com a maternidade até agora, mas como ela é contínua, ele vai ficando gigante e eu não termino nunca...

Fora que tenho uma dificuldade imensa de trabalhar em cima de textos já iniciados. Sempre é mais fácil e mais rápido começar tudo de novo, do zero. 

Sei que o melhor já é recortar esse texto e postar por tópicos e juro que pretendo fazer isso, mas por enquanto, tenho tanto material de coisas que leio por aí, que vou postando aos poucos também.


Uma dessas coisas é o suplemento Parents, do Huffington Post. Sempre tem textos excelentes lá. Não lembro bem como cheguei a ele, mas agora, como o sigo no Facebook (e recomendo aos interessados que também o façam), estou sempre acompanhando seus posts.

Assim, vi essa reportagem, sobre um vídeo sobre dois tipos de mães completamente distintas e estereotipadas: Two Types of Mom. Vale à pena dar uma olhada para dar umas risadas.

Depois das risadas, você provavelmente vai parar para pensar que tipo de mãe você é. Eu espero realmente estar no meio do caminho entre as duas, mas acho que acabo pendendo atualmente para o tipo mais desencanada... Tadinho do meu bebê! :)

O barato é que, além de suas atitudes, você certamente vai reconhecer hábitos de muitas outras mães nesse vídeo.

Será que mãe é mesmo igual, mudando só de endereço???